Há 15 dias, comemoramos a liminar expedida pelo juiz substituto da 6ª Vara de São Bernardo do Campo, que reintegrava o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rogério Romancini, ao quadro de funcionários da Volkswagen.
Foi sem dúvida uma importante vitória. Mas sempre alertamos que a empresa, mesmo perdendo em todas as instâncias, poderia recorrer da sentença. Não deu outra: a Volks recorreu aos tribunais de São Paulo e conseguiu uma cautelar que não anula a sentença anterior, mas permite que a empresa só seja obrigada a cumpri-la após o julgamento do mérito da sentença principal, ou seja, ela não precisa reintegrar o companheiro e pode esperar o julgamento final.
Esta é mais uma ação covarde por parte da direção da Volks com o objetivo de enfraquecer a oposição e fortalecer a corrente petista Articulação, que dirige o sindicato. Em outubro pode haver eleições para a comissão de fábrica e o Maquinista, apelido de Rogerinho, é forte candidato na maior ala da empresa.
Diante de mais esta arbitrariedade, os advogados da Conlutas estão recorrendo na Justiça e pedindo que o juiz reveja sua posição. Mais lamentável, no entanto, é a posição da direção do sindicato, que não faz nada contra os ataques da empresa à livre organização dos trabalhadores.
Este é mais um exemplo de que o Brasil de Lula é igual ao dos governos anteriores também no que diz respeito à livre organização dos trabalhadores e de como a patronal, em particular a das multinacionais, continua mandando e desmandando, sem que o governo federal faça nada. Pior: agora, com a conivência do sindicato.
O comitê pela reintegração dos diretores Luiz Carlos da Silva (Biro-Biro) e Rogerinho faria uma reunião após a decisão para resolver o que fazer frente a esta nova realidade. O certo é que iremos manter nossa luta até que os companheiros sejam plenamente reintegrados.
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