Salário mínimo cai aos menores patamares da história. Lula arrocha os salários dos trabalhadores e aposentados para pagar a dívida aos banqueirosA ação mais direta e de maior importância sobre o salário é a definição do seu valor mínimo. Segundo o Dieese, aproximadamente 22 milhões de trabalhadores recebem até um salário mínimo no Brasil, e outros 21 milhões recebem até dois mínimos. Isso significa que pelo menos, 62% dos trabalhadores tiveram o arrocho de seus salários mantidos diretamente pelo decreto do presidente Lula, com o anúncio do valor de R$ 260. Descontada a inflação, o mínimo teve um reajuste real de 1,2%, ou seja, R$ 4.
A Constituição estabelece que o salário mínimo deve assegurar alimentação, vestuário, moradia e saúde dignas para a família do trabalhador. Pelos cálculos do Dieese, isso significaria, nos dias de hoje, um salário mínimo de R$ 1402,63. Mas o respeito às leis de que tanto fala Lula, só vale para assegurar os contratos da burguesia.
Segundo uma pesquisa da Associação de Supermercados do Rio de Janeiro (Asserj), os R$ 260 não pagam sequer a cesta básica nos supermercados. A despesa mensal para o consumidor levar os 30 produtos de alimentação, higiene e limpeza que compõem a cesta totalizou R$ 273,30, na última semana de abril. Se uma família que vive do salário mínimo quiser garantir sua alimentação básica, ela não terá como pagar moradia, vestuário e contas mensais, como água, energia elétrica e gás.
A impossibilidade da economia?
Os defensores do governo dizem que não é realista elevar o salário mínimo além das possibilidades da economia. Alguns fazem essas afirmações com ar sério e intelectuali-zado. Trata-se de uma grande mentira, dita em geral com a arrogância que caracteriza certa espécie de técnicos que foram de esquerda e hoje vendem seus serviços bem caro.
Não foi à toa que o presidente da Confederação Nacional da Indústria, Armando Monteiro Neto, classificou de uma decisão responsável do governo, o miserável aumento do salário mínimo. O presidente da Federação Nacional dos Bancos (Febraban) Márcio Cypriano, garantiu que o valor era bom. Bom para quem?
Os salários dos trabalhadores de um lado e o lucro dos patrões de outro, são variáveis que dependem uma da outra. Quando uma aumenta, a outra diminui. A mais valia retirada dos baixos salários dos trabalhadores vai engordar os lucros dos patrões. A impossibilidade da economia significa que os grandes empresários não querem reduzir seus lucros.
Nenhum desses figurões denunciou que a situação da economia não permitia altos lucros, quando os bancos fecharam 2003 com um lucro recorde de R$ 13,9 bilhões. Ou quando o Itaú, no mesmo ano, obteve o maior lucro registrado na história do setor no Brasil: R$ 3,1 bilhões.
Não existe a possibilidade, adorada pelos reformistas, de que os salários e os lucros cresçam, para desenvolver o mercado interno. No capitalismo de hoje, o padrão é baixar os salários, e aumentar os lucros. E não se convence os patrões a baixarem os lucros; ou se rompe com eles ou se submete a sua política. O governo Lula já fez a sua opção.
Post author Claudia Costa e Eduardo Almeida, da redação
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