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Fator 85/95 aprovado pela Câmara não é alternativa ao atual Fator Previdenciário
Uma semana após ter aprovado a Medida Provisória 665 que restringe o acesso ao seguro-desemprego, a Câmara dos Deputados aprovou nessa quarta, 13, a MP 664 que ataca direitos como a pensão por morte e o auxílio-doença. A medida foi aprovada por 277 votos a 178 e contou com os votos unânimes do PCdoB e de praticamente toda a bancada petista.
O próprio vice-presidente que também acumula o cargo de articulador político do governo, Michel Temer (PMDB) se empenhou diretamente na aprovação da medida. E o governo não economizou para isso. Liberou cargos a rodo do chamado segundo escalão para acalmar o aliado PP. Apesar de não ser ministérios, são cargos importantes como a presidência da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) e o Banco do Nordeste do Brasil), loteados para o partido de Maluf em troca dos votos contra os direitos trabalhistas e previdenciários.
Já a oposição de direita aproveitou a votação para fazer sua demagogia habitual, como se fossem defensores dos trabalhadores. Esquecem-se, claro, dos anos FHC ou dos governos Alckmin em São Paulo ou Richa no Paraná, exemplos mais que contundentes de governos anti-trabalhador.
Ataques
A votação deste quarta na Câmara faz parte do ajuste fiscal de Dilma, a fim de economizar recursos públicos para pagar a dívida aos banqueiros. E isso retirando direitos dos trabalhadores e dos mais pobres, que é quem vai sofrer mais com essas mudanças.
A MP 664 impõe um período de carência de um ano e meio de contribuições para o recebimento da pensão (antes não havia). Além disso, estabelece um tempo mínimo de casamento ou união estável de 2 anos e limita a pensão vitalícia para os cônjuges acima de 44 anos. O tempo de recebimento da pensão cresce gradativamente com a idade. Aos cônjuges menores de 21 anos a pensão vai valer por apenas 3 anos. A alteração é perversa e vai atingir sobretudo as mulheres negras, pobres e trabalhadoras. Uma mulher de 20 anos, por exemplo, com filho pequeno, vai ficar completamente desamparada após esse curto período.
O texto original da MP estabelecia que o auxílio-doença passaria a valer a partir do 31º dia de afastamento (antes era a partir do 16º dia), mas o PPS apresentou uma emenda, aprovada pelo plenário, desobrigando as empresas de arcarem com essa despesa. O deputado do PSOL, Edmilson Rodrigues (PA) defendeu a emenda argumentando que “algumas empresas não suportariam essa mudança“. Já o valor do auxílio, que era 91% do salário, passa a ser 91% da média dos últimos 12 salários.
Outra mudança é a possibilidade de as próprias empresas fazerem a perícia médica nos funcionários e não somente o INSS, o que deve, evidentemente, dificultar a concessão do beneficio.
Apesar da votação, nem tudo foi como o governo esperava. O profundo desgaste provocado pelos ataques e as mobilizações do último período forçaram os deputados a recuar de algumas medidas, como o valor da pensão por morte que, na MP de Dilma, caía para a metade. O texto aprovado nesse dia 13 mantém o valor integral como era antes. Isso mostra que só a mobilização e a luta direta dos trabalhadores podem barrar as MP’s 664 e 665, que logo vão a votação no Senado, assim como o projeto de lei das terceirizações, estacionada por enquanto.
Dia 29: Paralisação nacional rumo à Greve Geral
Mais do que nunca, é preciso jogar toda a força no “Dia Nacional de Paralisação e Manifestações, rumo à Greve Geral” convocada para o próximo dia 29 por centrais como a CSP-Conlutas, CUT e CTB (leia aqui), criando assim as condições para uma Greve Geral que ponha abaixo as MP’s de Dilma, a lei das terceirizações e o ajuste fiscal que visa jogar o custo da crise nas costas dos trabalhadores.
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