Apesar das condições adversas devido à falta de democracia nas eleições, o PSTU realizou uma campanha politicamente vitoriosa em nível nacional. O partido apresentou um programa operário e socialista à crise, defendeu o “Fora Temer, Fora Todos eles” e priorizou a sua construção na classe operária.
Mesmo com um número menor de votos comparado às eleições anteriores, o PSTU sai mais forte: mais negro, mais implantado na classe operária e nas periferias das cidades, ganhando a adesão de novos militantes, especialmente da juventude e da classe operária.
Em muitos lugares, as novas regras eleitorais levaram a uma invisibilidade grande. O exíguo tempo no rádio e na TV, a ausência nos debates de TV e a disputa contra o poder econômico, não impediram o PSTU de lançar 318 candidatos, com destaque às candidaturas operárias (37% dos candidatos e candidatas a prefeitos) e sendo o partido com maior representação dos setores oprimidos entre suas candidaturas, com uma maioria de negros e negras, com quase 40% de mulheres e inúmeras candidaturas LGBT’s.
Toninho faz campanha em fábrica da GM em São José dos Campos (SP)
As desigualdades no processo eleitoral e a campanha de voto útil das candidaturas mais bem colocadas exerceram pressão sobre nossa votação. Mesmo assim, obtivemos algumas importantes votações, especialmente em regiões operárias como em São José dos Campos (SP), onde o companheiro Toninho recebeu 4.384 (1,24% dos votos); em Aracaju (SE), onde a companheira Vera, mulher, negra e operária, teve 1,66% do total de votos; em Mariana (MG), onde o candidato Valério, operário da mineração, teve 1,36% dos votos; São João Del Rey, onde Jordano Metalúrgico teve 1,96% dos votos; em Nova Friburgo (RJ), onde o candidato Hugo recebeu 1.101 votos (1,07% dos votos). Também foram significativas a votação em Macapá, que já foi governada pelo PSOL, onde o companheiro Genival Cruz obteve 5,27% dos votos, e em Itabuna (BA) onde obtivemos 2,97% dos votos (foto).
Campanha de Cyro Garcia no Jacarezinho, Rio de Janeiro
Nas fábricas, nas escolas, nas ocupações e nas ruas onde conseguimos chegar se confirmou o espaço para esse programa de apoio e unificação das lutas rumo à Greve Geral. Imprimimos na campanha a luta pelo “Fora Temer e Fora Todos eles” e a proposta dos Conselhos Populares. Também enfrentamos o machismo, o racismo e a LGBTTfobia.
Participamos das eleições para apresentar um programa revolucionário e socialista. Fizemos uma campanha a serviço das lutas da classe trabalhadora com objetivo de construir um partido que sirva de ferramenta para lutar pela revolução socialista. Assim, nosso critério não é obter o maior número de votos e a eleição de vereadores a qualquer custo. Queremos o maior número de votos possível, mas para o nosso programa.
Na sociedade de classes em que vivemos, a única possibilidade de mudança, de autodeterminação da ordem política, econômica e social será através da ação coletiva da classe trabalhadora. Somente a organização e a mobilização dos trabalhadores poderão garantir seus direitos e uma sociedade para a maioria da população.
por Direção Nacional do PSTU