Luizianne já tem, neste segundo turno, o apoio do PDT e do PPS, de Ciro Gomes.Perante a mesmice das eleições, em que ganham os mesmos de sempre, a passagem de Luizianne para o segundo turno em Fortaleza surge como algo novo. Ali, uma reação da base, dos ativistas, e em particular da vanguarda petista, impôs a candidatura no segundo turno, contra a indicação oficial da direção do PT e do governo Lula que era o apoio a Inácio Arruda (PCdoB).
Luizianne faz parte da tendência Democracia Socialista (DS), da esquerda petista. O PSTU não teria nenhum problema em chamar o voto em Luizianne, caso sua candidatura se dispusesse a construir algo verdadeiramente novo em Fortaleza, por fora do perfil tradicional das prefeituras petistas, que em nada se diferenciam das do PSDB e PMDB.
Por exemplo, se a candidatura de Luizianne se dispusesse a não aceitar a imposição da Lei de Responsabilidade Fiscal, que impõe cortes sociais para garantir o pagamento das dívidas das prefeituras. Ou a construção da prefeitura de Fortaleza como um baluarte da luta contra a reforma Trabalhista e contra a reforma Universitária.
Uma postura como esta teria uma importância muito grande, em um cenário eleitoral como o atual, em que o programa neoliberal não é contestado por nenhum dos candidatos. Poderia haver um apoio nacional de esquerda a Luizianne.
Infelizmente, nada disso está acontecendo. Mesmo com atritos menores com o governo,
Luizianne se recusa a qualquer ruptura com a política de Lula.
Não basta a argumentação de que é preciso apóiá-la por ser da esquerda petista. A DS está diretamente no governo federal, através de Miguel Rosseto, ministro da Reforma Agrária. Como se sabe os índices de reforma agrária no país são ridículos, menores que os de FHC. Várias prefeituras dirigidas pela esquerda petista, como a de Belém (da Força Socialista) são idênticas às dirigidas pela direita petista, com a aplicação da receitas neoliberais e a repressões às greves e lutas.
Luizianne já tem neste segundo turno o apoio do PDT e do PPS, de Ciro Gomes. Por estes motivos, como no resto do país, optamos pelo voto nulo também em Fortaleza.
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