Gervásio Santos denuncia destruição do meio ambiente levada a cabo pelo agronegócio, mineração e demais grandes empresas capitalistas, sob a cumplicidade e apoio dos governos do PT
PSTU-PI

O dia 11 de setembro é data em que se rememora o Dia do Cerrado, bioma seriamente ameaçado pelos grandes empreendimentos do agronegócio, mineração e setor energético. No Piauí, um dos estados mais afetados pelo desmatamento e conflitos fundiários, a data foi marcada por protestos de ambientalistas, quilombolas, trabalhadores rurais e urbanos. Uma audiência pública popular realizada na manhã de segunda, ao lado do Palácio de Karnak (sede do governo estadual), denunciou a grilagem, as expulsões nas terras ocupadas por populações tradicionais, ameaças de morte por parte dos latifundiários, e a omissão dos governos Lula e Rafael Fonteles (PT), frente ao cenário de devastação e morte no cerrado, com avanço desenfreado do desmatamento e o uso de agrotóxicos.

O ato foi organizado por diversos movimentos sociais, organizações não governamentais e partidos. O PSTU levou a faixa alertando que, no capitalismo, não há desenvolvimento sustentável. Gervásio Santos, militante do PSTU, usou o microfone para denunciar os governos que favorecem a expansão do agronegócio e atacam o direito à terra dos povos originários.

Se no governo Bolsonaro, a ordem era ‘abrir a porteira’ para que o agronegócio avançasse contra os sem-terra, pequenos posseiros, quilombolas, ribeirinhos e indígenas, infelizmente, a lógica da destruição continua funcionando nos governos Lula, em nível federal, e Rafael Fonteles, no plano estadual. Tais governos petistas estão de braços dados com as grandes empresas que atuam nos cerrados, o que implica em mais violência no campo, mais expulsões, e também mais exploração dos trabalhadores, já que o agronegócio também se utiliza do trabalho escravo contemporâneo para ter mais lucro“, afirmou Gervásio Santos.

De acordo com Gervásio Santos, é necessário construir um movimento ambientalista classista e independente dos governos e dos patrões, para defesa não apenas dos cerrados, mas de todo o ecossistema. Além disso, é preciso defender a construção do socialismo. “Não temos ilusões em pensar que no sistema capitalista, que lucra com a devastação ambiental e com o ataque aos trabalhadores do campo, é possível reverter o cenário de grave crise ambiental que estamos vivendo no planeta, e que já é muito sentida no Brasil, em particular nos estados que compõem no cerrado o grupo chamado Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), e no sul do Brasil, como estamos vendo na catástrofe recente no Rio Grande do Sul“, afirma Gervásio Santos.

Segundo ele, “a burguesia tenta colocar a culpa do colapso ambiental nos trabalhadores, nos indivíduos. Mas são os capitalistas que destroem de fato as fontes de água, a fauna e a flora. Essa mesma burguesia tenta incutir na cabeça das pessoas que é mais fácil tentar construir a vida humana em outros planetas do que mudar de sistema, na Terra.  Para nós, é urgente e necessário revolucionar o país e o mundo, porque só com um mundo socialista é possível reverter nossa ida rumo à barbárie, e do colapso ambiental que ameaça seriamente nosso futuro no planeta“.

O PSTU defende a demarcação das terras indígenas (não ao Marco Temporal), regularização dos territórios quilombolas, e reforma agrária radical (sem indenização aos latifundiários), combatendo os grileiros e estatizando as grandes empresas do agronegócio, mineração e as ditas empresas de “energia limpa”, que têm também promovido grandes impactos sócio-ambientais. “Os trabalhadores e povos do campo estão lutando e resistindo bravamente contra o avanço do agronegócio no cerrado, na caatinga e outros biomas. É necessária a unidade da classe trabalhadora do campo e da cidade, em defesa do meio ambiente, mas também na construção de uma sociedade socialista, esta sim, socialmente sustentável”, completou Gervásio Santos.