PSTU-PI
Geraldo Carvalho, professor da UFPI e ativista da Oposição Unificada no ANDES-SN
Semana passada, um incêndio de grandes proporções atingiu parte do campus da Universidade Estadual do Piauí (UESPI), na cidade de Uruçuí, na região Sul do Estado. O incêndio destruiu salas, laboratórios, depósito, livros e equipamentos. Os alunos ficaram sem aula e a reitoria anunciou a retomada das atividades letivas à base do improviso, o que já é rotina na instituição, dado o descaso por parte do governo do Estado, há anos sob comando do Partido dos Trabalhadores (PT).
De acordo com o Sindicato dos Docentes da UESPI (ADCESP), “esse não é o primeiro incêndio no campus em 2023. Em maio, as chamas também destruíram uma sala de aula. Em ambos os casos, a suspeita é de curto circuito na rede elétrica”.
Na quinta feira, 21/09, outro incêndio atingiu a UESPI, desta vez no Campus Torquato Neto, em Teresina, agora no setor de química. Em nota, a direção da ADCESP afirma: “A universidade está literalmente desmoronando sobre nossas cabeças, seja pelo fogo, seja pela precariedade das estruturas, como aconteceu no Setor 21 do Centro de Ciências Sociais Aplicadas – CCSA em março deste ano”.
A UESPI tem papel fundamental no desenvolvimento econômico e social no interior do Estado. São 12 campi espalhados por todos os territórios, de norte a sul, leste a oeste, a maioria dessas unidades está exatamente aonde outras instituições de educação superior não chegam. São mais de 100 cursos ofertados e mais de 12 mil alunos matriculados. Um patrimônio histórico da população piauiense que não se pode permitir que seja abandonado como está fazendo o governo Rafael Fonteles, que segue a mesma lógica de precarização dos governos petistas anteriores, e de seus aliados.
O PSTU tem denunciado insistentemente o descaso e abandono da única universidade mantida pelo Estado do Piauí, à qual sofre com
problemas estruturais crônicos, como instalações prediais precárias, falta de laboratórios, bibliotecas, restaurante e residência estudantil, além de pessoal docente e técnicos em quantidade insuficiente.
O grau de precarização das condições de trabalho e salário de técnicos e docentes também impressiona. Os docentes, por exemplo, amargam perdas salariais de 62% e o governo não avança nas negociações. O que está acontecendo com a UESPI não é tragédia, é descaso: SOS UESPI!