Depois que ameaças e atentados não intimidaram o sindicato, patrões resolveram demitir toda a vanguarda e os diretores. Em seis meses, 30% da categoria perdeu o emprego. Os 300 demitidos formam a linha de frente das últimas grevesNão é de hoje que os donos da empresas de ônibus buscam destruir o Sindicato dos Rodoviários do Amapá. Há tempos eles vêm suspendendo o repasse das mensalidades ao sindicato, demitindo ativistas e patrocinando a oposição a entidade. Criando atos provocativos como a queima de ônibus a denúncia de seqüestro destes carros para criminalizar o sindicato. Sem falar em ameaças de morte e atentados contra o presidente da entidade, Joinville Frota, e sua família, como quando tentaram incendiar sua residência, em agosto último.

Agora, em 22 de dezembro, deram mais um golpe e demitiram diretores por justa causa, deixando 90% da diretoria executiva fora de seu local de trabalho e sem salários. Além disso demitiram também vários cipeiros de luta. Particularmente das empresas Viação Amapaense e Capital Morena.

A maioria é de companheiros que estiveram à frente da heróica paralisação de 12 dias contra a “dupla pegada”, realizada há quatro meses. Alegando uma suposta “abusividade” de greve, coisa que nunca foi decretada judicialmente.

E como o sindicato ligado à Conlutas não se rende, resolveram destruí-lo. Como a ameaça à vida dos dirigentes não está funcionando, resolveram dizimar a vanguarda. Dados apresentados pela direção do sindicato apontam que 30% dos trabalhadores foram demitidos nos últimos seis meses. Isso representa mais de 300 trabalhadores em 1.100, que é o total da categoria. É uma demissão seletiva do melhor da vanguarda.

SOLIDARIEDADE URGENTE
Essa atitude dos patrões é um claro ataque a liberdade e organização sindical, se caracterizando como um crime contra a livre organização dos trabalhadores.

Os trabalhadores do transporte urbano de Macapá ganham baixos salários, têm uma jornada desgastante, trabalhando diariamente de 10 a 12 horas; e dirigem carros com mais de dez anos. Os patrões obrigam os trabalhadores a pagar as peças dos carros que quebram. Eles sofrem com doenças ocupacionais, como problemas na coluna, rins e distúrbios nervosos. Os salários atrasam e as normas do Acordo Coletivo de Trabalho não são cumpridas. E, agora, querem impedir que eles lutem contra isso.

O sindicato está preparando uma grande assembléia para o dia 9 de janeiro e um ato de apoio e solidariedade ao sindicato será realizado no dia 14.

Além disso pede o apoio aos demais sindicatos do Brasil para manter a entidade viva e garantir o sustento material dos diretores e cipeiros enquanto durar a luta pela reintegração de todos os trabalhadores. Para isso solicita que os depósitos sejam feitos na conta do Sindicato dos Condutores de Transporte de Passageiros do Amapá (Conta Corrente: 197-2 Agência: 0658 – Caixa Econômica Federal).

No Amapá hoje se dá um dos mais fortes enfrentamentos contra a organização da classe trabalhadora, por isso a solidariedade nacional e internacional é necessária. Com ela e a mobilização da classe, poderemos derrotar os patrões mais uma vez.