Precisamos de uma Greve Geral para derrotar a PEC 241 e as reformas da Previdência e Trabalhista

No cardápio, carne com risoto de funghi, salmão e salada. O prato principal, porém, era o orçamento da Saúde, Educação e dos serviços públicos mais básicos, oferecido de bandeja para ser jantado pelos deputados e empresários.

De todas os esforços protagonizados pelo governo Temer para aprovar a PEC 241, que congela os gastos públicos e, na prática, retira bilhões das áreas sociais, o requintado jantar oferecido na noite deste domingo, 9, no Palácio da Alvorada, foi o mais ilustrativo.

O jantar de luxo foi oferecido por Temer aos cerca de 400 deputados de sua base, a fim de amarrar a votação da PEC para esta segunda. Teriam comparecido cerca de 200. O governo precisa ter os votos de 308 deputados para alterar a Constituição e tornar permanente o ajuste fiscal por 20 anos, antes do texto seguir para o Senado. A emenda visa perpetuar o brutal ajuste fiscal iniciado por Dilma.

Além de deputados da base de Temer, também aproveitaram a comida grátis (para eles, já que quem pagou foi você), o presidente da Fiesp, Paulo Skaf e aquele que foi considerado a “estrela” da noite, o ex-presidiário Roberto Jefferson, pivô da crise do mensalão.

Temer fez o que faz de melhor: mentiu, mentiu e mentiu. “Nós estamos cortando na carne com essa proposta, e todo e qualquer movimento ou ação corporativa que possa tisnar a medida do teto de gastos públicos não pode ser admitida”, declarou à “seleta” plateia. A emenda corta sim, mas exclusivamente na carne da classe trabalhadora e da grande maioria da população ao retirar bilhões da Saúde e Educação nos próximos anos. Tudo para dar aos banqueiros através da dívida.

Além do jantar de luxo na Casa da Alvorada, o governo Temer veicula propaganda na televisão e nos jornais para tentar convencer a população de que a PEC é necessária para “equilibrar” o Orçamento. Uma mentira que custou algo como R$ 20 milhões, e isso para um governo que se diz “quebrado”.


E o nariz nem cresce…

Caras de pau
A Proposta de Emenda Constitucional 241 impõe um teto nos gastos públicos (não poderão aumentar mais que no ano anterior), desvinculando o orçamento da Saúde e Educação, mas não estabelecendo qualquer teto para o pagamento da dívida. O motivo é justamente esse: desviar ainda mais recursos das áreas sociais para os banqueiros. O argumento de que a PEC é a “salvação” da economia é a mais cínica desfaçatez (leia mais aqui).

É preciso unificar as lutas e mobilizações que ocorrem pelo país e preparar desde já uma Greve Geral contra essa PEC dos banqueiros, e demais ataques que o governo Temer faz aos trabalhadores e à população, como as reformas da Previdência e Trabalhista.