Desde a noite do dia 16 de março, famílias ligadas ao MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) montaram suas barracas num terreno de mais de 1 milhão de metros quadrados em Itapecerica da Serra, zona sul de São Paulo.
A ocupação conta com mais de 2.500 famílias da região, que viviam em situação precária de moradia em favelas, áreas de risco, casas de favor e na rua, além das pessoas que não conseguem mais pagar o aluguel porque estão desempregadas ou porque o valor consome quase toda a sua renda, não sobrando dinheiro para as necessidades básicas. São famílias dispostas a lutar pacificamente pelos seus direitos depois de tanto descaso.

O terreno ocupado foi leiloado pelo Banco do Brasil e, atualmente, pertence a duas empresas, que utilizam a área para especulação imobiliária. Com tanta carência habitacional na região, o terreno não cumpre nenhuma função social, o que contraria a Constituição.

O representante legal da empresa proprietária do terreno, Itapecerica Golf Urbanização Ltda., é também sócio-fundador de um dos maiores escritórios de advocacia do país. Ele obteve no dia 25 uma liminar de reintegração de posse, expedida por uma juíza de plantão. O MTST recorreu da decisão, entrando com um agravo, e aguarda o julgamento do processo.

No dia 27 estava marcada uma grande passeata de todas as ocupações de São Paulo até a sede do governo estadual, exigindo o fim da repressão ao movimento dos sem-teto.
Os sem-teto necessitam de toda ajuda possível e de solidariedade para enfrentar as ameaças da PM e as ordens de despejo.

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