“Se o Brasil cresceu, eu quero o meu” é o lema das mobilizações. Confira os principais protestos realizados pelas categorias
Minas Gerais: manifestação unificou lutas
Em Minas, os metalúrgicos e trabalhadores da mineração estão iniciando suas campanhas salariais. Por isso, a Federação Democrática dos Metalúrgicos organizou caravanas de todo o estado para entregar a pauta de reivindicação dos trabalhadores na Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais. Os metalúrgicos mineiros fazem uma campanha unificada com os sindicatos de São José dos Campos, Campinas e Limeira, como forma de aumentar a pressão sobre os patrões. Eles reivindicam 20% de aumento salarial, além de benefícios sociais e medidas efetivas de saúde e segurança no trabalho.

Os trabalhadores da mineração estão em meio a negociações com a Vale. A empresa que teve lucro recorde de R$ 30 bilhões, em 2010, não quer conceder aumento acima de 7,5%, índice considerado baixo pelo movimento “Voz das Minas e das Ferrovias”, composto pelo Sindicato Metabase de Congonhas-MG e pelo Sindicato dos Ferroviários do Maranhão.

Estes dois setores marcaram presença na manifestação em Belo Horizonte, compondo o setor operário que vem exigindo aumento real das grandes empresas, sob o slogan “Se o Brasil cresceu, eu quero o meu!”.

Educadores e Movimento de luta por moradia
Os educadores de BH estão em luta por reajuste salarial e também pela aprovação do plano de previdência do setor. No dia 18, eles realizaram uma importante assembleia, com paralisação das aulas, e se somaram à manifestação organizada pelo Sind-Rede-BH em frente à prefeitura.

O movimento de luta por moradia também marcou presença, exigindo que o prefeito Márcio Lacerda desista da ordem de despejo expedida contra as comunidades Camilo Torres e Irmã Dorothy.

Solidariedade aos trabalhadores em educação
No final da manhã, as diversas categorias e movimentos se reuniram na Praça Sete para prestar sua solidariedade à greve dos trabalhadores em educação da rede estadual, que acaba de completar 70 dias.
A greve vem enfrentando a intransigência do governador Antônio Anastasia, que se recusa a implementar o piso nacional da categoria, que deveria ser de R$ 1.597,00.
Por isso, a greve vem ganhando o apoio de diversas categorias e organizações, que buscam furar o bloqueio do governo e conseguir negociações efetivas.

O Minério tem que ser nosso
As atividades do dia foram encerradas com a I Plenária de Construção da Campanha “O Minério tem que ser Nosso”.

A Plenária, que reuniu cerca de 400 pessoas na Assembleia Legislativa, debateu a situação da mineração no Brasil e a necessidade de uma utilização racional dos recursos minerais, de forma a beneficiar a população, os trabalhadores e preservar o meio ambiente. E não apenas como forma de lucro fácil para as grandes mineradoras e fator de destruição ambiental, como é hoje.

São José dos Campos: paralisação de operários e luta pela moradia
Os trabalhadores do 1º turno da GM de São José dos Campos (SP) fizeram uma grande passeata e abriram oficialmente a Jornada Nacional de Lutas, em São José dos Campos, no último dia 19. Todos desceram dos ônibus na rotatória da avenida em frente à empresa e andaram em passeata, até a portaria do Setor de Manufatura de Veículos. Com a manifestação, que reuniu cerca de 3 mil trabalhadores, a entrada do 1º turno foi atrasada em cerca de uma hora.
Durante a assembleia, os trabalhadores reafirmaram a reivindicação de 17,45% de reajuste e estado de mobilização permanente, deixando clara a disposição de luta dos trabalhadores durante a Campanha Salarial deste ano.
Na cidade também foi realizada a Marcha pela Dignidade da Moradia, em defesa da legalização de bairros “clandestinos”. Manifestantes sairão em caminhada das regiões norte, sul e leste da cidade para se encontrarem, às 10h, na Praça Afonso Pena para um ato unificado.

Belém: ato unitário
A capital do Pará teve um ato unitário de diversas categorias, no último dia18. Operários da construção civil, professores, servidores públicos, estudantes e trabalhadores do movimento popular, tomaram as ruas da cidade, numa passeata que reuniu mais de mil pessoas.
Os trabalhadores da construção civil paralisaram suas atividades nos principais canteiros de obras da cidade e realizaram uma passeata. A categoria está em luta por aumento salarial. O MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) se integrou na jornada com o fechamento de uma ponte que liga a capital de Belém com à ilha de Outeiro. O movimento reivindicou moradia digna e denunciou a farsa do programa “Minha Casa, Minha Vida” que não chega para os pobres.

São Paulo
Cerca de 150 pessoas participaram, no último dia 9, de ato na capital paulista. A manifestação aconteceu nas escadarias do Teatro Municipal, no centro da cidade. O evento foi organizado pela CSP-Conlutas, ANEL, MTST, entre outras organizações, e faz parte da Jornada Nacional de Lutas.

Do rechaço à reforma da Previdência até a exigência da abertura dos arquivos da ditadura, as reivindicações mostraram que os trabalhadores estão perdendo a paciência. Todas as falas denunciaram as políticas do governo Dilma contra os trabalhadores e exigiram salários e direitos.

Os estudantes presentes também defenderam 10% do PIB para a educação. Essa bandeira é parte de uma campanha nacional em defesa da educação. Representando a ANEL, Paulo Henrique “Bahia” disse que os estudantes brasileiros precisavam “seguir o exemplo dos estudantes do Chile e ir para as ruas contra a privatização da educação”.

Ceará: campanha contra acidentes
No último dia 17, o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil de Fortaleza, lançou a campanha “Chega de Mortes nas Obras”. A ação reuniu mais de 4 mil trabalhadores, que realizaram uma passeata pela ruas da cidade. Além disso, esses operários paralisaram praticamente todas as obras da capital, somando cerca de 20 mil trabalhadores parados. Essa luta especifica da categoria fez parte da Jornada Nacional de Lutas no estado.

Dez outdoors, denunciando a morte de 16 operários em acidentes de trabalho, ocorridos de janeiro a julho de 2011, estão espalhados em diversos locais da cidade. Foi realizada uma passeata e, ao final, houve ato em frente ao Ministério Público do Trabalho.

Professores, em greve há 16 dias, também realizaram manifestações como parte das atividades da Jornada de Lutas. Os educadores fecharam uma avenida que dá acesso ao Palácio do Governador.

*com CSP-Conlutas. Colaborou Hermano Melo, de Belo Horizonte (MG).

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