No início da tarde dessa sexta-feira (25/01/2019) ocorreu mais um caso de rompimento de barragem em Minas Gerais. Trata-se de uma unidade localizada na Mina do Feijão, em Brumadinho, pertencente à Vale S/A. Nenhuma informação oficial foi divulgada até o momento sobre o número de vítimas e sobre a dimensão da destruição decorrente, mas pelo que circula nas redes sociais, esse pode ser um crime mais bárbaro do que o cometido pela empresa e seus parceiros em novembro de 2015 em Bento Rodrigues, na cidade de Mariana. O crime de 2015 assassinou 19 pessoas, destruiu o Rio Doce e afetou brutalmente o modo de vida de populações inteiras. Os culpados permanecem ainda completamente impunes, sem pagar sequer as devidas indenizações às vitimas.
Nesse momento de angustia, aflição e incertezas, o PSTU se solidariza desde já com todos que de alguma forma tem sua vida afetada por mais esse criminoso ato cometido pela Vale.
Casos como esse são consequência de um modelo de exploração mineral predatória promovido pelos grandes grupos econômicos do setor, que negligenciam a legislação ambiental e de segurança do trabalho em detrimento da elevação da margem de lucro dos acionistas que parasitam nosso trabalho e a riqueza do nosso país.
O ocorrido em Brumadinho estava mais que anunciado. A história recente mostra que a forma de beneficiamento adotado predominantemente pelas grandes mineradoras no país, caracterizado pela a utilização de métodos obsoletos e mais baratos como barragem de rejeitos, é uma fórmula perfeita para os sucessivos crimes que se vem registrando. Desde 2001, este é o sétimo caso de rompimento de barragem no Estado de Minas Gerias.
Os governos e os grandes partidos que se alternam no poder também tem suas mãos sujas de lama e de sangue, à medida que governam em defesa dos interesses das grandes empresas. Lembremos que pouco tempo depois do crime da Samarco, o então governador Fernando Pimentel/PT, que se portou como um verdadeiro advogado da Vale, sendo cúmplice de seus atos, sancionou uma lei estadual que flexibilizava o licenciamento ambiental para esses projetos em Minas. Assim como o atual Governador Romeu Zema/NOVO afirmou logo após eleito que teria como prioridade acelerar ainda mais o processo de licenciamento ambiental, sob a justificativa de atrair novos investimentos. Da mesma forma o presidente Jair Bolsonaro/PSL tem como uma de suas bandeiras a fragilização dos órgãos de fiscalização ambiental no país, como o IBAMA.
Diferente dos discursos adotados pelos governos e pelas grandes empresas, a mineração tal como é praticada hoje não estar a serviço do progresso das comunidades atingidas, é marcada por baixos salários, desemprego em tempo de crise, poeira, doenças, acidentes e catástrofes como essa em troca de migalhas que caem da mesa dos acionistas.
• Toda solidariedade ao povo de Brumadinho e aos trabalhadores da Vale S/A e suas famílias!
• Chega de Impunidade: a Vale criminosa tem que pagar por seus atos! Cadeia e confisco dos bens dos responsáveis!
• Por mais investimentos públicos na fiscalização das barragens e da atividade minerária!
• Pelo fim das barragens! Por mais investimentos para mudança no modelo de beneficiamento de minérios, que gere empregos e preserve o meio ambiente e as comunidades!
• Estatização sem indenização da Vale, Samarco, CSN sob o controle dos trabalhadores e das comunidades!
• Por um governo socialista dos trabalhadores que coloque nossas riquezas à serviço do conjunto da sociedade!