Leia trechos do artigo Ajuda humanitária e os meios de comunicação, do escritor marxista norte-americano James Petras, publicado no site www.rebelion.org
A primeira vista, o assunto da ajuda humanitária parece simples: proporcionar alimentos, água e proteção a 23 milhões de iraquianos cujos meios de vida e suas próprias vidas foram destruídas pela guerra dos EUA. No entanto, as políticas de ajuda humanitária têm um alcance muito maior e colocam várias perguntas fundamentais. Por exemplo, se ajuda humanitária deve ser um instrumento de guerra e conquistas ou uma ajuda a vítimas de uma guerra criminosa. Ou se a ajuda é realmente uma ajuda. (…)
Em primeiro lugar, não é realmente uma ajuda. Sua origem são os ingressos que proporcionam a exploração e venda do petróleo iraquiano que foi confiscado pela ONU e pelos EUA. Não é aceitável qualificar o ato de humanitário o que não é senão a devolução de uma parte da riqueza roubada de um país vitimado. A ajuda humanitária durante e depois da guerra somente será destinada aos territórios ocupados pelos EUA, e somente será oferecida às cidades controladas pelos iraquianos com a condição de que se rendam. Isso não é ajuda, é chantagem. Nas atuais circunstâncias, a ajuda humanitária faz parte da estratégia de cerco dos EUA: matar de fome e bombas a população civil. O cerco militar e o bombardeio de mercados e ins-talações de tratamento de água provocam fome, sede e morte lenta de milhões de pessoas. A ajuda humanitária é um modo de quebrar a resistência dos setores mais vulneráveis e debilitados da população.
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