PSTU-SP
Camilo Martin e Maria Clara
Na ultima sexta-feira, 28, o Metrô e o governo Doria deram mais uma demonstração de intransigência e covardia. Não só leiloaram a sede histórica do sindicato como deram um calote no pagamento dos metroviários, rasgando o acordo coletivo e atacando direitos há muito conquistados, isso em plena pandemia. Apesar de, nas palavras, Doria querer se mostrar diferente de Bolsonaro, na prática faz o mesmo: ataca a organização dos trabalhadores para fazer passar seu projeto a serviço dos capitalistas.
Como temos vistos desde o início da campanha, Doria, o secretário dos Transportes Alexandre Baldy (investigado na Lava-Jato) e o presidente da empresa, Silvani Pereira, deixam claro com seus atos que enxergam na pandemia uma oportunidade para seguir adiante com o projeto de privatização, avançando na destruição dos serviços públicos e ampliando a exploração. As medidas desta sexta-feira foram particularmente cruéis, pois atacaram uma série de direitos.
Para se ter uma ideia, apesar de terem trabalhado normalmente durante todo o mês, os trabalhadores que dirigem a viatura da segurança, assim como motoristas da manutenção, não receberam os adicionais da função. Também aqueles que tem filhos pequenos ou com necessidades especiais, tiveram seu auxílio creche cortado. Isso é especialmente cruel, pois diversos serviços para crianças especiais não são cobertas pelo plano de saúde, e os pais contam com esse direito para seguir com o tratamento de seus filhos! Os trabalhadores que moram outros distritos também tiveram seus auxílio transporte cessados!
No caso da sede, o próprio valor do leilão denuncia o caráter explicitamente político da ação. Venderam o terreno por um valor muito abaixo do valor de mercador. E fizeram isso apra, no meio da campanha, tentar desarticular nossa organização e resistência aos seus planos.
Se conosco eles agem com mão de ferro, para as grandes empresas e para alta chefia o comportamente é outro. Só este ano foram destinados R$ 1,1 bilhão para a Via Quatro Mobilidade (ligada à CCR) que, por isso, teve lucro recorde de 137% no 1º trimestre. As mentiras ditas por Baldy sobre os salários dos metroviários só se justificam pelos super-salários da diretoria, muito acima do teto do estado. Para se ter uma idéia, os 7% melhor remunerados na empresa são responsáveis por 30% da folha de pagamento. O salário do presidente, segundo portal da Transparência, chega próximo a R$ 50.000,00 enquanto o salário inicial de um OTM 1 não chega a R$ 2.500,00. Um retrato do absurdo e dos privilégios.
Esta situação mostra a justeza da nossa greve do dia 19/05 e coloca a necessidade de fortalecer e aprofundar a nossa luta na campanha. O Metrô, de sua parte, deixou clara sua disposição em atacar nossos direitos ao negar a proposta do TRT aceita pela categoria (mesmo não sendo a proposta ideal), que, inclusive, suspendeu a greve demonstrando a intransigência da empresa. No próximo dia 2 de junho haverá o julgamento do TRT e queremos fazer um grande ato para exigir respeito de Doria e da empresa, denuncia estes absurdos e deixar claro que não iremos abrir mão de nossa sede.
Não aceitaremos esses ataques, nem a destruição dos serviços públicos. Não estamos exigindo nada demais, somente o mínimo: a manutenção dos nossos direitos em plena pandemia, marcada por uma inflação galopante e a preservação de um serviço público de qualidade para a população. Para isso, exigimos que pare a farra de dinheiro público. Cortem o subsídio para o Metrô Privado e os super salários, e garantam os direitos dos trabalhadores, um transporte de qualidade e a redução da tarifa.
Os metroviarios estão mobilizados tanto contra a venda da sede como a retirada dos direitos!