No 1º de Maio do ano passado, a festa promovida pela CUT na Avenida Paulista reuniu um milhão de pessoas e, para 2005, a meta é repetir esse número. Apesar de, neste ano, não ter café da manhã de luxo no restaurante Fasano, o conteúdo vai ser bem pior. A CUT pretende transformar a comemoração em uma grande festa em defesa da reforma Sindical e Trabalhista.
Se, até então, os atos de 1º de Maio estavam perdendo seu caráter político de dia de luta dos trabalhadores, transformando-se em festas despolitizadas, agora a CUT extrapola essa visão e dá uma politização à direita para o evento. Para a central, não basta fazer uma megafesta, é preciso que defenda o governo, suas reformas e seus planos neoliberais. É preciso que os shows lotem as ruas para criar a sensação artificial de que a população apóia as reformas.
Para a megafesta da CUT, já estão confirmados os shows com duplas sertanejas e o ministro Gilberto Gil. A CUT e a Força Sindical devem gastar juntas entre R$ 5,2 milhões e R$ 5,6 milhões em suas festas. Para as atividades promovidas pela CUT, estima-se que os gastos sejam de R$ 3,5 milhões a R$ 3,8 milhões. Na atividade da Força Sindical, a previsão é gastar entre R$ 1,7 milhão e R$ 1,8 milhão, com shows e sorteios de carros e apartamentos. Os eventos contam com patrocínios de empresas como TAM, Telefônica e AmBev. Também há patrocínio de estatais como Petrobras, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal.
Conlutas convoca atos classistas
A Conlutas está convocando, junto com outros setores e entidades, atos alternativos e classistas contra as reformas nas principais capitais. Enquanto a CUT e a Força Sindical gastam milhões para fazerem atos despolitizados e governistas, a Conlutas pretende fazer um 1º de Maio de luta e classista contra as reformas Sindical e Trabalhista.
Em São Paulo, diversos sindicatos, oposições sindicais e movimentos populares já estão organizando um 1º de Maio de luta. No último 7 de maio, esses diversos setores, que preparam atos classistas, reuniram-se e divulgaram uma convocação para ampliar ainda mais a organização do 10 de Maio alternativo.
A convocatória é também um manifesto de denúncia contra a CUT e o governo Lula: A reforma Sindical permite acabar com direitos de quem tem carteira assinada e piorar a situação de quem está buscando o seu pão sem carteira assinada. Além disso, com o aval de muitos sindicalistas picaretas, coloca os direitos contidos na Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) e na Constituição Federal em negociação, dando superpoderes de negociação às centrais sindicais.
O texto finaliza com um chamado à construção de um 1º de Maio classista: A maioria dos sindicatos da CUT e Força Sindical realizará festas e sorteios patrocinados pelos patrões e pelo governo para defender a reforma Sindical consensual entre eles (…) Você é o nosso convidado a cerrar fileiras na construção de um 10 de Maio classista sem o patrocínio dos patrões, nem do governo.
O Calendário em São Paulo
25 de abril, 19h
Homenagem aos nossos lutadores
Atividade Passado é de luta e o futuro tem que ser nosso
Rua Guaporé, 240
(Perto do metrô Armênia)
28 de abril
Dia Mundial em memória de trabalhadores vítimas de acidente de trabalho e doenças profissionais
15h Caminhada da Sé até o Largo de São Francisco
18h Tribunal do Amianto
Salão Nobre Faculdade
de Direito
1º de maio
9h Missa na Catedral da Sé
10h Ato de Protesto na Sé
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