Deitado em uma enorme e confortável rede, o ex-presidente da Câmara dos Deputados Severino Cavalcanti (PP) deu uma entrevista a revista IstoÉ. O repórter queria saber se ele teria dificuldades em sua campanha eleitoral, após todas as denúncias de corrupção que o levaram a renunciar para não ser cassado.
Severino respondeu: Faço 100 mil votos sem sair desta rede. O jornalista quis saber como. Eu tenho as prefeituras. Eu consigo dinheiro para elas e os prefeitos trabalham para mim. Hoje eu tenho 12 prefeitos aqui em Pernambuco e mais um monte de vereadores.
Como é seu estilo, Severino falou o que os grandes partidos (como PT, PSDB, PFL, PP, PMDB, PTB) fazem. Os outros não usam a franqueza debochada de Severino, mas fazem exatamente a mesma coisa. Através do dinheiro, conseguem ganhar as eleições. Cavalcanti consegue, por suas relações com o governo, dinheiro para as prefeituras e elas trabalham por sua eleição. Outros ganham o dinheiro para sustentar suas campanhas milionárias diretamente com as grandes empresas, que depois conseguem os contratos do governo ou do Congresso.
Esta é a verdadeira cara da democracia dos ricos e corruptos. Mas não é o que vai aparecer no horário eleitoral, que começa na próxima semana. Na TV, eles vão usar os marqueteiros para convencer o povo de que são os maiores lutadores contra a corrupção.
Ou ainda, que todos são iguais a eles, e que não adianta nada tentar mudar alguma coisa.
Desde a eleição de Collor, o tema da corrupção está sempre presente nas campanhas eleitorais. Os políticos representantes dos partidos majoritários dizem-se indignados, atacam a corrupção dos outros partidos, esquecendo do seu próprio, e pedem seu voto. Passada a eleição, a corrupção só aumenta.
Nesta não vai ser diferente. Alckmin vai tentar se mostrar como defensor da moralidade, lembrando toda a corrupção do PT no governo. Vai também tentar fazer o povo esquecer da corrupção gigantesca do governo FHC, das privatizações fraudulentas, da compra dos deputados para votar a emenda da reeleição. Buscará abafar os escândalos de sua gestão no governo de São Paulo.
Lula vai seguir dizendo que não sabia de nada. Não sabia que a equipe que ele formada por ele, fez a sua campanha eleitoral com dinheiro roubado. Não sabia que os ministros nomeados por ele roubaram e roubam o país no seu governo. Não sabia que seus projetos, como a reforma da Previdência, conseguiam os votos para serem aprovados no Congresso em troca do mensalão. Lula quer que acreditemos nisso, e também em Papai Noel e no coelhinho da Páscoa.
Lula e Alckmin querem enganar o povo. Por trás dos sorrisos no horário eleitoral, podemos enxergar Severino Cavalcanti na rede, debochando de nós. Com qualquer um deles, a corrupção vai seguir aumentando.
O PSTU e a Frente de Esquerda vão fazer uma campanha diferente. Não temos e não queremos o dinheiro dos banqueiros e da corrupção. Esta será uma campanha da militância que acredita em nossas idéias, e não com cabos eleitorais pagos. Some-se você também à nossa luta contra Lula e Alckmin, e por Heloísa Helena presidente. Não eleja Severinos Cavalcantis. Ajude a eleger parlamentares de luta e socialistas do PSTU!
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