Redação

Phill Natal, de Maringá (PR)

Fortes chuvas, com rajadas de vento registradas pela estação automática do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) na casa dos 110 km/h, atingiram Maringá na tarde deste sábado (7) e ocasionaram quedas de árvores, falta de energia e desabastecimento de água para uma parcela significativa da população trabalhadora da cidade.

É verdade que desastres naturais acontecem, mas o que estamos passando não se trata de uma casualidade. São fenômenos cada vez mais recorrentes em nossa cidade, com intervalos de tempo menores e que precisam de respostas da Prefeitura e da Câmara de Vereadores de Maringá.

Não é algo isolado

Em 2016, após fortes chuvas que causaram a elevação dos rios da região, dentre eles o rio Pirapó que abastece os reservatórios da Sanepar na cidade, as bombas de captação da empresa de saneamento queimaram e a população trabalhadora ficou aproximadamente uma semana sofrendo com a falta de água, enquanto a burguesia maringaense contratava caminhões-pipa ou utilizavam os poços artesianos em suas moradias para atravessar este momento.

Outro evento climático extremo aconteceu em 2022. As chuvas, com rajadas de vento acima dos 90km/h, segundo o Simepar, derrubaram árvores e deixaram 326 mil unidades consumidoras sem energia em todo o Paraná. Em algumas localidades, as trabalhadoras e trabalhadores ficaram aproximadamente uma semana esperando o restabelecimento da eletricidade, enquanto perdiam tudo que estava em suas geladeiras.

Fortes vendos derrubaram árvores Foto Reprodução

Mudanças climáticas extremas

Desde o início de 2023, três ciclones atingiram a região Sul, deixando mortos e desabrigados. Nas últimas semanas vimos a cheia histórica do Guaíba em Porto Alegre (RS) e a elevação nos níveis dos rios na região sul, ocasionando enchentes no Vale do Itajaí (SC). Por outro lado, na região norte, a população trabalhadora sofre com a seca, ocasionada pela elevação nas temperaturas, que está gerando desabastecimento nas comunidades.

É bastante plausível que alguns dos fenômenos estejam relacionados com o fenômeno El Niño (alterações na temperatura da superfície da água do Oceano Pacífico). Mas, embora o El Niño seja um fenômeno natural que ocorre há milhares de anos, é bem evidente que ele tem se tornado cada vez mais intenso e frequente em função do aquecimento do clima, ocasionado pelo consumo de combustíveis fósseis.

Calamidade Pública

A Prefeitura tem tratado o episódio deste final de semana como algo isolado. Como apenas um forte temporal que atingiu Maringá. Contudo, como vimos, ele é parte de um processo ocasionado pela aceleração das mudanças climáticas e que tem cada vez mais diminuído os seus intervalos.

O prefeito Ulisses Maia (PSD) precisa decretar estado de calamidade pública na cidade e buscar salvaguardar as trabalhadoras e trabalhadores maringaenses que continuam sofrendo com as consequências desse fenômeno climático. Mas, somente isso não basta. É fato que as chuvas e sua intensidade são fenômenos naturais, mas é preciso e possível ter políticas públicas para evitar que a população trabalhadora sofra com suas consequências.

O capitalismo está levando a humanidade para a catástrofe

Na busca cada vez maior de lucros, o capitalismo provocou o aquecimento global e a destruição dos ecossistemas. Os acordos climáticos que a burguesia propõe já se demonstraram totalmente ineficazes.

Somente numa sociedade socialista, com planejamento democrático da produção e com a mudança na matriz energética é que poderemos reverter esse quadro que atravessamos e manter a existência da humanidade enquanto espécie. Do contrário, a civilização caminhará para a catástrofe.