O Catar é o segundo país do mundo em número de casos de covid-19 por cada milhão de habitantes. A informação é da jornalista Linah al-Saafin, da Al Jazeera, que publicou em seu Twitter um gráfico mostrando o desenvolvimento do coronavírus no Catar, um dos mais rápidos do mundo. São até o momento 11.921 casos confirmados. O Catar tem hoje uma população de 2,7 milhões de pessoas.
Unlike its gulf neighbours Saudia Arabia, UAE and Kuwait, no lockdown or curfew has been enforced in Qatar which is now number 2 in the world for most coronavirus cases per million people.
I just don’t get it. pic.twitter.com/RCYeqVUDMg
— لينة (@LinahAlsaafin) April 27, 2020
A jornalista explica que, diferente dos países vizinhos Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e do Kuwait, o Catar não adotou seriamente a quarentena. É um país inteiro vivendo sob uma política negacionista a respeito da pandemia. Mesma posição que defende Bolsonaro, ao dizer que o Brasil não pode parar e que o isolamento vai prejudicar a economia. A irresponsabilidade não é a única coincidência. Segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o Brasil é o segundo país com maior concentração de renda do mundo, perdendo apenas para o Catar. A desigualdade amplia a disseminação do vírus, já que boa parte da população não tem acesso à itens e serviços básicos de higiene e à saúde de forma adequada.
Para se ter ideia do nível de desigualdade, enquanto o governo do país árabe pouco ou nada fazia para combater a pandemia, um bilionário do Catar comprou um hotel em Londres. O indivíduo que realizou a compra não foi identificado e nem se tem certeza de qual o valor pago, mas estima-se que pode ter chego a 1 bilhão de libras esterlinas (6,85 bilhões de reais). Esse dinheiro gasto com especulação durante a pandemia deveria ser usado para os cuidados de saúde da população e para garantir a quarentena e a infra-estrutura emergencial.
O Cartar é um grande produtor de petróleo, mas toda a riqueza produzida pelos petroleiros do país fica com um punhado de ricos do país e do exterior. A produção de petróleo e o lucro de suas vendas podem estar a serviço da classe trabalhadora e do desenvolvimento do país, mas o capitalismo impede que isso aconteça.