No dia 22 de março, quinta-feira, na portaria da planta Anchieta da Volkswagen, foi realizado um ato com diversos sindicatos, movimentos sociais e estudantis para exigir a reintegração dos diretores do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC demitidos em novembro. Entre as entidades presentes, estavam: Sindserv de Santo André; Sintrajud; Apeoesp de Diadema, Guarulhos e SBC; oposição de Correios; oposição de Metalúrgicos do ABC; Associação Oeste de Diadema; Conlute; Centro Acadêmico da Fundação Santo André; estudantes da USP e da Unesp. Também compareceram PSTU, PSOL, POR e PCB.

O ato contou com a presença do ex-candidato a governador pela Frente de Esquerda, Plínio de Arruda Sampaio, que, ao fazer uso da palavra, relembrou sua ida aos EUA com Vicentinho para evitar as demissões na Ford. Ele cobrou da direção do sindicato a presença no ato e disse que “a direção do sindicato não pode fazer política miúda, tem de esquecer as divergências internas nesse momento. Eu gostaria de estar aqui ao lado do Feijó [presidente do sindicato] contra esse ataque da Volks”. Ao final da sua fala, Plínio se mostrou indignado com o que a Volks está fazendo. “Essa multinacional não respeita os trabalhadores nem as leis do país”, concluiu.

Campanha internacional
A campanha pela reintegração dos dois diretores demitidos – Rogerinho e Biro-Biro – tomou força, chegando à Europa. Diversas mensagens chegam todos os dias, vindas de Portugal, Espanha, Bélgica, Alemanha, Argentina, Peru, Colômbia, Venezuela, entre outros.

Centenas de moções de repúdio, exigindo a reintegração, chegam de todo o país. A campanha também tem contado com declarações de líderes de bancadas dos partidos na Câmara de Deputados. Na Câmara de Vereadores de Campinas, uma moção pela reintegração dos dois diretores demitidos foi aprovada.

Onde está a direção do Sindicato?
No segundo ato realizado na Volkswagen, a diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC não compareceu mais uma vez. Apesar de dizer que está “solidária”, a direção majoritária ainda não assumiu a campanha, se restringindo a agradecer as mensagens que recebe.

Em assembléia realizada no dia 21, um dia antes do ato, a direção do sindicato discutiu hora-extra na fábrica. O coordenador do Comitê Sindical de Empresa, Wagner Santana, chegou a mencionar as demissões dos diretores, mas fez uma ressalva: “as duas demissões não terão tratamento diferenciado das demais”, dizendo que estava conversando com a empresa sobre o assunto.
Por mais absurdo que pareça, a direção do sindicato ainda não escreveu uma linha sequer no jornal da entidade, o Tribuna Metalúrgica. Tampouco comunicou o fato à categoria. Essa postura é lamentável, pois a oposição envia sistematicamente cartas e informes sobre a campanha, além de repassar todas as correspondências para a direção do sindicato.

Entretanto, após a realização do ato ocorreu uma reunião entre os membros oposição com a direção do sindicato. Segundo um dos participantes, a direção do sindicato disse que estava conversando com a empresa e disse que vai levar o caso até a matriz na Alemanha.

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