Marina Cintra, de São Paulo (SP)
Marina Cintra, do movimento Rebeldia – Juventude da Revolução Socialista
Nessa segunda-feira (20) começou a votação na Câmara sobre o adiamento ou não do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e da Valorização dos Profissionais da Educação). Esse projeto começou em 2007 e teria fim no ano de 2020, mas pode ter um aumento de seu prazo de validade.
O governo Bolsonaro, junto com seu ministro da economia Paulo Guedes, tem como objetivo avançar na privatização da educação e, por isso, querem usar o dinheiro do Fundeb para o investimento em “voucher-creche”. Através disso, os trabalhadores e trabalhadoras iriam matricular seus filhos na creche particular, ou seja, o investimento do Fundeb iria diretamente para a iniciativa privada.
O projeto de privatização do setor pelo governo Bolsonaro já é de longa. Não podemos nos esquecer de outros projetos anteriores que tentaram ser aprovados, como o FUTURE-SE, um projeto de privatização das universidades federais que foi respondido com muita luta pelos estudantes e professores no ano passado. Não só isso, mas todos os cortes na educação pública que já rolaram no governo Bolsonaro, como recentemente os cortes nas bolsas CNPQ e CAPES em meio à pandemia.
O Fundeb é um fundo composto por 27 estados e pelo Distrito Federal e tem como objetivo complementar a renda dos estados e municípios em sua estrutura educacional. Atualmente, uma parte significativa do fundo vai para as escolas públicas, sendo que uma grande parcela é destinada para o pagamento dos professores, coordenadores e diretores das escolas. Em 2019, por exemplo, 65% do dinheiro usado para financiamento das escolas públicas saíram do fundo. Agora, com a votação do Fundeb, o debate sobre a educação pública volta novamente à tona.
Embora o Fundeb nunca tenha servido para aumentar as verbas para a educação, que precisa de fato de muito mais investimento do que existe hoje, existe um grande temor que, sem ele, a situação da educação ficará muito pior do que já está. É por isso que precisamos lutar pelo novo Fundeb, pois ele está sob ataque do governo Bolsonaro! Não podemos deixar que esse novo ataque prejudique ou acabe ainda mais com a educação brasileira. Precisamos também lutar por mais verbas para a educação pública imediatamente. Outra questão importante é a luta contra a privatização da educação, desde o ensino básico até o superior, por isso é preciso debater também a estatização das universidades e escolas particulares e rejeitar toda tentativa do governo de avançar em seu projeto de precarização e privatização.
O novo ministro da educação do governo Bolsonaro, Milton Ribeiro, é mais um conservador, reacionário que defende a repressão aos estudantes na sala de aula, e com certeza vai seguir o mesmo caminho do ex-ministro Weintraub, um show de horrores na educação. Enquanto aumenta os ataques à educação, ao emprego e aos nossos direitos, nós, jovens trabalhadores e estudantes seguiram sem nossos direitos básicos!
Mas não vamos aceitar nenhum desses ataques, e mesmo no meio da pandemia, sempre conseguimos nos organizar para lutar contra o governo. Estamos na luta também pelo fora Bolsonaro e Mourão, inimigo dos jovens e dos trabalhadores!
Venha debater e lutar com o Rebeldia na luta em defesa da educação pública e por uma educação socialista num Brasil socialista!