Os servidores públicos mantêm suas paralisações e novas estão marcadas, apesar do governo Lula e das direções governistas tentarem dividir o movimento.A greve dos servidores públicos federais enfrenta uma dura queda-de-braço com o governo. Este, consciente de sua debilidade, busca dividir os servidores, para tentar derrotá-los ou forçá-los a aceitar propostas rebaixadas.
Através do ministro do Planejamento, Guido Mantega, o governo mandou a pelegada chefes e fura-greves controlar o ponto dos grevistas, em represália ao movimento. A sempre governista Rede Globo fez uma reportagem especial no Jornal Nacional sobre os salários e vagas no setor público, alardeando as maravilhas dos cargos públicos. Agrega-se a isso o apoio da maioria da CUT e de setores governistas de entidades do funcionalismo, como a maioria da direção da Fasubra, que tentam dividir e enfraquecer o movimento.
Apesar de tudo isso, a greve se mantém forte e outros setores entram em mobilização. Não poderia ser diferente. São nove anos sem reajuste salarial, com perda de mais de 60 direitos do Regime Jurídico Único (lei trabalhista dos servidores) e a ausência de um Plano de Carreira que organize funcionalmente a categoria; além da reforma da Previdência que acabou com direitos históricos do funcionalismo.
O governo Lula está adotando a mesma política de FHC de reajuste nas gratificações. Como dizem as lideranças da CNESF (Coordenação Nacional das Entidades dos Servidores Federais): A gratificação é o bombom envenenado que coloca a idéia de dinheiro imediato no bolso, em contraposição a políticas salariais justas e permanentes. É uma política para jogar um setor contra o outro, visando enfraquecer suas lutas, arrochar a todos e arrancar cada vez mais direitos.
Calendário de plenárias
19 e 22/05: Plenárias Setoriais
23/05: Plenária Nacional, em Brasília, para avaliar os rumos do movimento e as negociações
Quadro da greve
Assibge/SN A adesão é de 60%, com greve nas unidades de RJ, ES, MG, RS, AL, PR, SP e DF.
Condsef A adesão é de 45%. A greve acontece no Incra (100%), Funasa, AGU, DRTs e Ibama.
Fasubra Os técnicos administrativos das universidades estão paralisados em nove seções.
Fenasps A adesão é de 70%. No INSS, a greve está mais forte em 22 estados.
Sinasefe A paralisação dos docentes e técnicos administrativos está em torno de 25%.
Unafisco Sindical 75% dos auditores fiscais estão parados.
Mas, apesar da força da greve, é necessário unificar as lutas do funcionalismo federal, estadual e municipal que enfrentam o mesmo plano econômico nessas três esferas, seja sob a administração do PT, PSDB, PFL ou outros partidos burgueses.
É preciso que as entidades dos trabalhadores apóiem essa mobilização como está fazendo a Conlutas, já que as entidades diretamente neoliberais, como a Força Sindical, ou as governistas como a maioria da CUT, atuam para dividir os servidores e para entrar na onda das gratificações de desempenho.
A CNESF encaminhou protocolo ao Ministério do Planejamento exigindo reunião extraordinária da Mesa Nacional de Negociação Permanente (MNNP) para o dia 25. A CNESF reforçará a pauta de reivindicações, agregando os itens da pauta emergencial da campanha salarial 2004. No dia da reunião, os servidores realizarão um ato público.
Post author Paulo Barela, diretor da ASSIBGE-SN
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