Chamar voto nulo quando existe uma alternativa de esquerda, na prática, significa reforçar os partidos burguesesEm vários pontos do país, a direção do Partido Socialismo e Liberdade, o P-SOL, está orientando os seus militantes e apoiadores a votar em partidos burgueses ou que fazem parte da base de sustentação do governo Lula.
Em Goiânia, a principal figura pública do P-SOL, o vereador Elias Vaz (que é membro do MTL, uma das correntes do partido, mas que segue filiado ao PV para concorrer à reeleição) coligou-se com o PTC (Partido Trabalhista Cristão), um partido de direita que já serviu de legenda de aluguel para Fernando Collor e Celso Pitta. Já em Maceió, Heloísa Helena está apoiando Régis Cavalcante, do PPS de Ciro Gomes, ministro de Lula. Heloísa também está cumprindo papel relevante na campanha de Jandira Feghali, do PCdoB, no Rio de Janeiro.
Ao mesmo tempo, no resto do país, a direção do P-SOL está chamando seus militantes a votarem nulo, alegando a inexistência de outra alternativa. Para nós do PSTU isso é mais do que um equívoco. É uma forma pouco sutil de tentar evitar que os votos de milhares de lutares sejam dados ao PSTU.
Defender o voto nulo pode ser uma excelente tática no caso de não haver uma alternativa de esquerda. Isso vai ser, por exemplo, uma realidade nas cidades que tiverem segundo turno, onde é mais que provável que se defrontem candidaturas governistas e da oposição de direita. Mas quando existe uma alternativa de esquerda revolucionária, ainda que não se tenha acordo completo com ela, é um enorme erro o chamado ao voto nulo. Na prática, isso significa reforçar o potencial dos partidos majoritários, na medida em que se recusa a construir uma alternativa de luta. Não se trata somente de um absurdo sectário, mas de um reforço aos partidos governistas e de direita.
Essa alternativa de esquerda, concorde ou não a direção do P-SOL, está sendo construída nas greves e nas lutas dos bancários, dos servidores do Judiciário, dos professores, dos estudantes, dos metalúrgicos e de tantas outras categorias. Lutas que, no campo eleitoral, estão sendo representadas por candidaturas do PSTU. Por isso, chamamos todos os militantes do P-SOL e todos aqueles que estão envolvidos nessas lutas a votarem nos únicos candidatos que, no decorrer de toda a campanha, se colocaram totalmente a serviço da vitória dos trabalhadores: os candidatos e candidatas do PSTU.
Post author José Maria de Almeida, o Zé Maria, é Presidente Nacional do PSTU e coordenador da Conlutas
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