É notório e alvo de notícias cotidianas os ataques às comunidades indígenas do estado de Mato Grosso do Sul pelo agronegócio com apoio das instituições governantes demonstrando claramente a violência enraizada em grupos que detêm o poder no Estado e que, sistematicamente, insistem em “tomar como sua” a terra originariamente pertencente àquele povo.

Não bastasse o loteamento de poder em Mato Grosso do Sul por grupos econômicos oligárquicos, incluindo-se os latifundiários históricos, que há muito desrespeitam o mais sentido senso de justiça social perseguido pelos trabalhadores do campo e da cidade, o agronegócio avança em nosso estado com a ganância que lhe é peculiar, desrespeitando não só as áreas ainda verdes, mas também populações indígenas que, heroicamente, resistem a este sistema capitalista.

Esses grupos se organizam e se armam constantemente, recorrendo, inclusive, às milícias privadas, dificultando a legítima mobilização dos indígenas que enfrentam riscos reais em seus cotidianos, inclusive a possibilidade de serem assassinados.

Muitos indígenas já tombaram na dita “terra pantaneira” por lutarem legitimamente por seus Tekohás.

Aquelas e aqueles que apoiam incondicionalmente essa luta também têm suas vidas marcadas pelas perseguições, pelos monitoramentos, pelas tentativas e, muitas vezes, pelas efetivas criminalizações de seus atos.

Defender os povos originários é inerente, é princípio para algumas organizações e muitos coletivos que militam contra quaisquer tipos de opressões. E com o PSTU não é diferente! A luta intransigente pela demarcação das terras indígenas no Brasil foi, é e sempre será um dos pontos programáticos dessa organização.

E fruto dessa atuação pelo partido revolucionário, as elites sul mato-grossenses não se contêm. Elas vociferam por uma resposta que as agrade e que as mantenham em sua posição de superioridade, de opressora, de legítima representante do agronegócio no estado, que assassina cultura e fisicamente as etnias.

E nesse sentido, essa mesma organização – socialista, classista e revolucionária – ao participar de mais uma manifestação em Campo Grande-MS com outros coletivos, que denunciara o assassinato no ano de 2015 do indígena guarani kaiowá Semião Vilhalva, de 24 anos, na terra Ñande Ru Marangatu, está sendo atacada por esses representantes do agronegócio por meio da FAMASUL (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), que abriu um TCO (Termo Circunstanciado de Ocorrência) contra o então candidato a prefeito dessa cidade, o militante Suél Ferranti, acusando-o de “perturbador do trabalho ou sossego alheiro”.

É uma clara demonstração de poder e afirmação desse sistema que explora e oprime. É a continuidade da política de criminalização dos movimentos sociais implementada pelo Governo Dilma, pelo Congresso Nacional e hoje também representada pelo Governo Temer e pelo governo do estado de Mato Grosso do Sul que é dirigido por um dos representantes dos fazendeiros.

Essa criminalização não afetará o PSTU!

Contra a criminalização dos movimentos sociais!

Contra o genocídio do Povo guarani Kaiowá!

Contra a concentração de poder dos grupos econômicos que ditam as regras no Estado!

Pela estatização sem indenização do agronegócio!

Pela autodeterminação dos povos indígenas!

Fora Temer! Fora Todos Eles!

por PSTU-MS